1/2/2015 a 22/2/2015
Carnaval / Entrudo & Máscaras Transmontanas
em exposição no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo
No princípio era a Máscara... Saída do mundo obscuro das cavernas, onde xamãs se transfiguravam em animais totémicos, envergando peles de animais, a máscara perdura nas sociedades agrárias do Neolítico.
@ 11-2-2015 11:36:53
Era preciso (re)organizar o tempo cíclico, expulsando os males e os demónios antes de um novo ano de sementeiras. Era preciso cumprir ritos de iniciação. Era preciso libertar a violência para depois a condicionar. O Cristianismo adverso aos ritos agora considerados pagãos, não os conseguindo expurgar, confinou-os. Concedeu três dias para a catarse, a folia (de folie = loucura), o mundo às avessas, o Caos, a que se deveria seguir a Ordem e a contenção, antes da dor da Paixão de Cristo, a culminar na Redenção e Ressurreição (d’Ele e da Natureza). A Quaresma é «inventada» no século XI, celebrando o tempo de morte cristão. O Carnaval, destituído da sacralidade primeva, foi vestindo outras roupagens, confinado cada vez mais ao burlesco que encontramos na pintura de Brueghel ou nas «Naves dos Loucos» que terão inspirado Hieronimus Bosch. Depois, o Carnaval fez-se cortesão com o Renascimento e o Barroco. Procurou «democratizar-se» após o século XIX e evoluiu para o que conhecemos hoje. Esta mostra visa apenas possibilitar algumas leituras desta remota tradição.
@ 11-2-2015 11:36:53
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