5/9/2023 a 15/10/2023
BoCA – 4ª Bienal de Artes Contemporâneas
Em Lisboa e Faro até 15 de Outubro de 2023
São 20 estreias mundiais, 10 estreias nacionais, 10 projectos já estreados que se encontram em diálogo com a restante programação, 2 cidades, 32 espaços de apresentação - teatros, museus, centros culturais, espaços patrimoniais e naturais. São estes os números que compõem a 4.ª edição da BoCA que se estende até 15 de Outubro, nas cidades de Lisboa e Faro.
cardapio.pt @ 5-9-2023 17:09:14
A matemática estaria certa não fosse este o evento que baralha as contas no que diz respeito à criação contemporânea, assumindo-se, mais uma vez, como aquele que procura desafiar e tornar ténues as linhas que separam as artes performativas, as artes visuais, a música e o cinema, criando novos territórios, novos valores.
Com o mote “Presente Invisível”, a Bienal continua a reflectir sobre alguns dos mais importantes temas da actualidade e aponta o foco às invisibilidades dos dias de hoje, num esforço de colocar no centro do palco quem normalmente não tem esse lugar, ou habita as margens.
Com este enquadramento, a programação arrancou na Praça do Carvão no MAAT, em Lisboa, com a inauguração da primeira instalação de grande escala de Gabriel Chaile, em Portugal.
A convite da BoCA, o artista argentino cria um tributo a Alcindo Monteiro, jovem português assassinado em 1995, vítima de um brutal crime de ódio racial. Composta por dois fornos-retratos, esta é uma peça que, até 15 de Outubro, questiona, directamente, em espaço público: “E se o autobiográfico não é mais do que a história dos outros a atravessar-nos?" E porque a arte de Chaile se encontra no encontro perfeito entre as antigas tradições e as linguagens modernas, o artista pretende invocar a memória e a reflexão a partir de rituais comunitários que envolvem comida, debates, música e cinema. São quatro as apresentações colectivas previstas até ao final da bienal, todas apoio à curadoria do Lisboa Criola – projecto iniciado por Dino D'Santiago.
A Fábrica da Cerveja, em Faro, transfigurou-se em epicentro da BoCA a Sul, recebendo as novas instalações de Tiago Cadete, Neusa Trovoada, Rita GT, João Melo/Glantosz. O mexicano Héctor Zamora também aí apresenta a instalação"Quimera", que estará também no Reservatório da Patrical, em Lisboa, a partir de dia 7. A esta peça corresponderão duas performances em espaço público, nas duas cidades.
Mas se estes são os destaques da primeira semana, são ainda muitos os previstos até Outubro:
- No campo das instalações, a BoCA oferece ainda novas criações de Salomé Lamas (já a partir da próxima semana) e de João Pais Filipe com Marco da Silva Ferreira.
- Na performance, a programação não poderia ser mais luxuosa com novas criações de Paul B. Preciado, Agniezska Polska, Ana Borralho & João Galante, Vera Mantero com Teresa Silva, Odete com Caty Olive, Gaya de Medeiros, Pedro Alves Sousa, Cláudio da Silva com Carolina Dominguez e Pedro Paiva, ou João dos Santos Martins que, juntamente com a artista visual Ana Jotta e a pianista Joana Sá apresenta o novo espectáculo "Está Visto" (8 a 10 Set, na Academia de Ciências de Lisboa, e dia 15 no Clube Farense).
- Exploratória e desafiante é também a programação de música com as confirmações de Marina Herlop, Lolo& Sosaku, Frederica Campos & Os Moços da Viola Campaniça. Impossível não destacar o encontro do saxofonista Bendik Giske com o bailarino e coreógrafo Romeu Runa.
Com direcção artística de John Romão, a BoCA conta com financiamento do Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Faro, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Millennium Bcp, e com as parcerias de MaisFRANÇA / Institut Français du Portugal, Festival Queer Lisboa, FLAD ou Goethe Institut Lisboa.
Até 15 de Outubro, reflete-se, sente-se mas, acima de tudo, revela-se o “Presente Invisível” pela lente da BoCA 2023.
cardapio.pt @ 5-9-2023 17:09:14
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