22/10/2025 a 31/10/2025 "Quarto Escuro de Goethe" em Coimbra

Uma experiência performática e sensorial entre arte e ciência

Performance-instalação de Eunice Gonçalves Duarte estreia em Coimbra e cruza arte, ciência e pensamento. O projeto segue para Lisboa, em 2026, e dá origem a uma série de podcasts com investigadores convidados especialistas em luz e cor. Entre 22 de outubro e 31 de outubro, a Sala B do Teatro Académico de Gil Vicente acolhe a estreia de Quarto Escuro de Goethe, a primeira criação artística em Coimbra de Eunice Gonçalves Duarte, artista e investigadora doutoranda em Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra. 

cardapio.pt @ 18-10-2025 18:09:39

Inspirada no livro Teoria das Cores de Johann Wolfgang von Goethe, a peça propõe uma experiência imersiva que desafia o público a ver para além do olhar, explorando a perceção, o visível e o invisível, a luz e a sombra, a razão e a intuição.

Com entrada livre e lotação limitada (2 pessoas por sessão), a performance-instalação decorre em loop contínuo das 17h00 às 20h00, integrando a programação do Colóquio Internacional Theatre About Science 2025, organizado pela Marionet. O projeto segue depois para o Goethe-Institut em Lisboa, em março de 2026, com itinerância prevista para Penafiel e o Teatro-Cine de Gouveia.

“Interessa-me a tensão entre luz e escuridão — não como opostos, mas como zonas de transição, de revelação e de perda. Goethe propõe que, num quarto escuro, a luz possa ser percebida de dentro, como pós-imagem. É essa experiência interior da perceção que procuro transpor para o espaço performativo”, explica Eunice Gonçalves Duarte.

Entre luz e sombra: a experiência da cor

Em Quarto Escuro de Goethe, o espaço é construído como um organismo sensorial onde luz, som e corpo se cruzam num diálogo contínuo. A artista traduz a morfologia goethiana em experiência estética, fazendo nascer a cor no limite entre o visível e o invisível, entre a luz e a sombra.

Inspirada na reflexão de Goethe — “A palavra só pode descrever a letra, mas não o espírito da cor” —, Eunice propõe ao público não apenas ver, mas participar na experiência do ver.

A composição sonora original de Nick Rothwell funciona como uma extensão da luz e da matéria: uma viagem auditiva onde o som também revela e oculta a cor. Neste quarto de Goethe materializa-se a ideia do poeta de que “a cor e o som são como dois rios que nascem na mesma montanha”.  Em coexistência luz, cor e som criam a experiência sensorial.

“Quando a forma se esbate, somos forçados a reorganizar os sentidos e a descobrir novas formas de ver. É nesse instante que a imagem se torna viva”, afirma a criadora.

Arte, ciência e pensamento: um diálogo que se estende em podcast

A peça prolonga-se para além do espaço expositivo através de um ciclo de podcasts, que ampliam o diálogo entre arte e ciência. A primeira sessão será lançada a 4 de novembro, com Benilde Costa (física), dedicada à atualização do capítulo das Cores Químicas da Teoria das Cores.

Seguem-se conversas com Marta Teixeira (neuropsicologia), em novembro, Vítor Cardoso (física), em março, e Maria Filomena Molder (filosofia), em abril, já em Lisboa.

Cada episódio propõe uma reflexão sobre a cor, a perceção e o pensamento, continuando a investigação artística que nasce na performance-instalação.

Envolver e sensibilizar novos públicos

Assente nos três eixos fundamentais — arte, ciência e pensamento —, Quarto Escuro de Goethe desenvolve uma estratégia de mediação e sensibilização em parceria com uma rede de instituições nacionais: TAGV, LIPA, Atelier Concorde, Goethe-Institut, Rómulo – Centro de Ciência da Universidade de Coimbra, Marionet, Ponto C – Criatividade e Cultura / Município de Penafiel e Teatro-Cine de Gouveia.

Além das apresentações públicas, o projeto prevê ações pedagógicas e visitas em contexto escolar, nas quais a equipa artística partilhará o processo de investigação, os princípios de Teoria das Cores e a relação entre arte e ciência. Estas iniciativas pretendem estimular a curiosidade e o pensamento crítico, oferecendo aos jovens uma aproximação direta à experiência artística e sensorial.

Sobre a artista

Eunice Gonçalves Duarte é performer e investigadora. Doutoranda em Estudos Artísticos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O seu trabalho centra-se na interseção entre artes performativas e tecnologia low tech, privilegiando a criação de dispositivos que ampliem a experiência sensorial da performance. Tem apresentado obras em diversos países da Europa, nos Estados Unidos e no México. Foi criadora de peças de performance-instalação tais como Sufocada em Lágrimas (Temps d'Image) e Isto é um Filme de Baixa Frequência (ArteemRede/Dia Europeu do Espectador).

Quarto Escuro de Goethe

Performance-instalação de Eunice Gonçalves Duarte

Ficha técnica

Criação: Eunice Gonçalves Duarte Composição sonora: Nick Rothwell Figurinos: Justine Latour Performers: Beatriz Boleto, Gonçalo Silva e Sofia Lobo Consultoras científicas: Benilde Costa (Física), Marta Teixeira (Neuropsicologia) Investigadores convidados (Podcast): Vítor Cardoso, Maria Filomena Molder Direção técnica: Mafalda Oliveira Produção: Sofia Lobo Coprodução: Teatro Académico de Gil Vicente Apoio: DGArtes, Fundação GDA, Instituto Goethe Lisboa, Rómulo – Centro de Ciência da Universidade de Coimbra, Marionet, 23Milhas / Município de Ílhavo, Atelier Concorde

Informações

Sala B, Teatro Académico de Gil Vicente (Coimbra) - Perto do Museu da Ciência 

22 a 25 de outubro e 29 a 31 de outubro, das 17h00 às 20h00 Entrada livre / lotação limitada (2 pessoas por ciclo) /M-12 / Duração contínua / ciclos de 20 minutos



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