17/9/2024 a 31/12/2024 «Paizana: imagens suspensas»: retrospetiva de um pintor singular

Até 31 de Dezembro no Centro de Arqueologia e Artes de Beja

O Centro de Arqueologia e Artes (CAA) de Beja, equipamento cultural do Município inaugurado em 2021, acolhe, até 31 de Dezembro de 2024, a exposição «Paizana: Imagens Suspensas». Comissariada por José António Falcão, esta exposição oferece uma retrospetiva, cobrindo cerca de seis décadas de atividade ininterrupta que continua até hoje, da obra do pintor António Paisana – o qual assina Paizana. 

cardapio.pt @ 16-9-2024 19:00:13

Uma obra extensa e densa, largamente construída a (re)pensar o mundo a partir de Beja. Algo muito em consonância com o espírito que preside à ação do CAA, infraestrutura que integra a Rede Portuguesa de Arte Contemporânea e se encontra vocacionada, de maneira especial, para a promoção do diálogo entre o património arqueológico e a criação atual como um projeto expositivo que convoca a si os diferentes períodos da milenar história da cidade.

Essa força transfiguradora do pretérito, projetando-o na direção do futuro, encontra-se bem patente em diversas facetas da produção plástica de Paizana, figura de referência do meio cultural bejense, mas cujos trabalhos ultrapassam em muito, importa assinalá-lo, a esfera regional. 

De facto, o percurso artístico, sobretudo enquanto pintor e ilustrador, do mestre lisboeta, há muito radicado no Alentejo, torna-o um dos criadores mais interessantes da sua geração à escala nacional, pela arrojada afirmação de uma maneira muito própria de entender os valores pictóricos e pela deliberada recusa de se sujeitar aos mecanismos do mercado artístico.

Posto que alicerçada num profundo conhecimento das grandes correntes da arte ocidental no último quartel do século XX, cujos avatares acompanhou de perto, a obra pictórica de Paizana brilha, com luz própria. Ela é o reflexo, afinal, de uma questão de fundo à qual o artista regressa, uma e outra vez: afinal, de onde vem o desejo, ou o impulso, para pintar? Como ele próprio explica, «não me tenta pintar a realidade exposta diretamente aos sentidos. Pareceram-me sempre mais apelativas as imagens nascidas do que podemos chamar visão interior, porque me surgiram mais carregadas da alma própria.»

cardapio.pt @ 16-9-2024 19:00:13


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