Teatro Variedades e Capitólio: +60 mil espetadores em 2024. O que esperar de 2025?

Ambos sob a gestão da Lisboa Cultura/EGEAC e capacitados de novas valências e requisitos das artes do espetáculo, o Teatro Variedades e o Capitólio apresentaram no ano que agora acaba um programa intenso, variado e aberto a diferentes públicos.

A festa de reabertura do Variedades deu o primeiro sinal de mudança, trazendo aos dois palcos e ao espaço aberto do Parque Mayer muita diversidade: por lá marcaram presença as peças de Ricardo Neves-Neves, o fado de Pedro Jóia e José Manuel Neto, os DJ Nery, Mãe Dela, Huca e João Villas-Boas, os concertos de Tó Trips e do Expresso Transatlântico, as antigas canções incontornáveis do teatro de revista, num espetáculo com curadoria de Dino D´Santiago, as intervenções de arte urbana de LS e Mafalda MG e a performance/bailado O Baile dos Candeeiros pela companhia Radar 360º. Foi também apresentada uma exposição de fotografias de Lauro António que retratam os antigos dias do Parque Mayer e projetados filmes clássicos do cinema português. O Teatro Maria Vitória, vizinho de há mais de cem anos no Parque Mayer, também participou na festa e abriu portas para o espetáculo de revista E Ninguém vai Preso?!.

O Teatro Variedades estreou-se assim com os espetáculos do Teatro do Elétrico – Entraria nesta Sala e The Swimming Pool Party –, o primeiro evocando nomes míticos do cinema português, e o outro recriando de forma sofisticada um crime “à Agatha Christie”, juntando nomes maiores do teatro: Sandra Faleiro, Sílvia Rizzo, Manuel Marques, Sissi Martins, Filipe Vargas, Ruben Madureira, entre outros.  Seguiu-se um espetáculo de Rita Ribeiro: um monólogo em que interpreta a sua própria vida e relembra a carreira de 50 anos.

Mais recentemente os Artistas Unidos, com a produção da obra Vento Forte, regressaram ao autor norueguês Jon Fosse, Nobel da Literatura.

No Capitólio passaram na sua maioria propostas musicais. As bandas Sétima Legião e Ena Pá 2000, o músico e compositor brasileiro Arnaldo Antunes, Iolanda (vencedora do Festival da Canção RTP), a veterana Kim Gordon, o carismático The Tallest Man on Earth, os concertos do Misty Fest, o Teatro Internacional de Mérida e ainda os concertos de Van Zee, Jonas, Janeiro, José Pinhal Post-Mortem Experience, e David Bruno. O terraço do Capitólio ofereceu cinema ao ar livre, animando as noites de verão. Foram apenas algumas das propostas que trouxeram ao Capitólio um público muito diversificado e multigeracional, que tem vindo a mostrar a sua fidelização.

Estas produções trouxeram em 2024 ao Teatro Variedades e ao Capitólio mais de 60.000 pessoas.

2025: o que aí vem

Para a temporada de 2025, o Teatro Variedades e o Capitólio arrancam com uma oferta diversificada. Para além do acolhimento de algumas produções do Teatro Nacional D. Maria II, estão já confirmados a primeira edição do Liedfest - Festival da Canção Erudita, com direção artística da soprano Catarina Molder, o musical Rent, enorme sucesso da Broadway trazido pela Music Theatre Lisbon, o FIMFA – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas e a apresentação do mais recente álbum de Vitorino. 

O início do ano traz duas propostas singulares, o espetáculo performance da jovem atriz Sara Inês Gigante, Popular, e o regresso aos palcos do Parque Mayer dos incontornáveis António Calvário, Florbela Queiroz e Natalina José, com a participação especial de Fátima Severino, que apresentam uma peça musical e revisteira.

No Capitólio estão já confirmadas as presenças da banda Airbourne, do pianista italiano Dardust, do tributo a Amy Winehouse, dos espetáculos de Ballet e Flamenco We Call It, do humor de King Kong Fran e dos concertos dos portugueses, Miguel Luz, João Só e Pedro Gonçalves, entre muitos outros...

Com este programa, o Teatro Variedades e o Capitólio prometem reforçar a cena teatral e do espetáculo de Lisboa, reafirmando o Parque Mayer como um espaço diverso e isento de preconceitos.

Fotografias de José Frade